HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO USO
O nome Aloe vera seria originário do hebraico halal ou do arábico alloeh (= substância amarga, brilhante) e do latim vera (= verdadeira). Ao que tudo indica, ela é considerada uma planta poderosa há muito tempo. Antigos muçulmanos e judeus acreditavam que a babosa representava uma proteção para todos os males e, por isso, usavam as folhas até penduradas na porta de entrada da casa. Alexandre, o Grande, teria conquistado as Ilhas de Socotorá, no Oceano Índico (século IV a.C.), porque lá vegetava abundantemente um tipo de babosa que produzia uma tinta violácea. Há quem diga, entretanto, que na verdade, o conquistador conhecia os poderes cicatrizantes da babosa e seu principal interesse nas ilhas era ter plantas suficientes para curar os ferimentos dos seus soldados após as batalhas. Quanto às suas virtudes cosméticas, basta dizer que ao serem descobertos os segredos de beleza de Cleópatra, a polpa da babosa ocupava lugar de destaque. O que parece ser confirmado pela indústria atual, pois o ingrediente entra na fabricação de inúmeros cremes, loções bronzeadoras, shampoo, condicionadores, máscaras, etc.
Existem centenas de espécies de babosa, a maioria de origem africana, pertencentes à Família das Liliáceas. As espécies mais conhecidas como medicinais são a Aloe vera, que nasce em forma de tufo e produz flores amarelas e a Aloe arborescens, que nasce em torno de um pequeno tronco e produz flores alaranjadas e vermelhas. Além da diferença na disposição das folhas, a Aloe arborescens apresenta espinhos mais proeminentes nas bordas das folhas.
No seu livro, o Frei Romano Zago afirma que a espécie Aloe arborescens apresenta melhores resultados que a Aloe vera (barbadensis) - mais usada na indústria cosmética. Para ele, as propriedades medicinais encontram-se na folha toda e não apenas no gel, assim, como na arborescens o volume da casca é muito grande, há maior concentração de substâncias. A babosa, (tanto a Aloe vera quanto a arborescens) desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo, desde que seja bem drenado. Mas, precisa de pleno sol para se desenvolver bem.
Além de medicinal, a babosa é muito ornamental: pode ser usada em jardins de pedra ou cultivada em vasos, por exemplo. Neste caso, o substrato ideal é uma mistura de 1 parte pó de xaxim, 1 parte de terra vegetal e 1 parte de areia. Para acelerar o desenvolvimento, após o plantio da muda e seu perfeito enraizamento, o produtor aconselha-se uma adubação com NPK 10-10-10, ao redor da planta. Após um ano ou quando a planta estiver bem desenvolvida, a recomendação é para usar NPK 4-14-8, também ao redor da planta, duas vezes ao ano. É interessante usar sempre um vaso grande (com no mínimo 20 cm de diâmetro), pois tanto a Aloe vera quanto a Aloe arborescens emitem brotações laterais que, após atingirem cerca de 15 cm., podem ser aproveitadas como mudas para a formação de outros vasos.
Babosa é o nome popular dado a uma planta africana, pertencente à família das Liliáceas e do genero Aloe. Da qual pertencem mais de 3OO espécies, muitas delas utilizadas em vários países, inclusive no Brasil, para fins medicinais. Dentre as espécies existentes, as mais conhecidas são: Aloe socotrina, Aloe arborensis, Aloe chinensis, Aloe ferox e Aloe vera, sendo esta última, a mais estudada pelas indústrias alimentícia, farmacêutica, cosmetológica e fitoterápica. Ela também é conhecida como Aloe barbadenses, por crescer espontânea e abundantemente na ilha de Barbados. As plantas da espécie Aloe vera são de até 1,2m de altura, com folhas setiformes, espessas e suculentas, de cor verde pardo, dispostas na base da planta em forma de roseta. Floresce na primavera, com flores tubulares, de cor amarela, inseridas em hastes ramificadas ou não, em número de uma ou duas por planta, se seus brotos surgem do rizoma subterrâneo. O interior de suas folhas e constituído por um tecido parenquimático, rico em polissacarídeos (mucilagem), que lhe confere uma consistência viscosa (baba), de onde surge a nome de BABOSA. Nesta mucilagem, ou gel, encontram-se seus princípios ativos, que são constituídos de ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas, sais minerais e aminoácidos dentre os quais 18 são importantes para o homem, e destes, 7 pertencem aos 8 não sintetizados pelo nosso organismo. Além desses componentes, a babosa possui um polissacarídeo chamado acemannan que comprovadamente é um extraordinário imunoestimulante. Na sua casca encontramos a seiva que é rica em aloina, alantoina e antraquinonas que são excelentes cicatrizantes, porém, seu uso interno tem efeito catártico e para algumas pessoas pode afetar os rins.
O uso da Aloe vera está registrado nas civilizações gregas, egípcias e africanas, há mais de 4.OOO anos. Porém, somente no século passado as pesquisas botânicas, químicas e fitotécnicas foram intensificadas em algumas espécies de aloe, com mais ênfase para a Aloe vera, que vem sendo largamente utilizada nas áreas da saúde, estética e nutrição.
Com um livro intitulado “O Câncer tem Cura”, o Frei Romano Zago transformou a imagem da babosa: de planta indicada para embelezamento de pele e cabelos, ela entrou para as páginas de revistas e programas de rádio e TV como uma poderosa arma contra o câncer. A receita para uso interno, segundo o próprio Frei, é muito antiga: acredita-se que ela tenha surgido na Idade Média. A fama repentina provocou uma procura incrível pela babosa que, como era de se esperar no Brasil, virou objeto de especulação, sendo vendida por valores absurdos e, pior ainda, aos pedaços, permitindo que pessoas inescrupulosas vendessem outro tipo de planta, passando-a por babosa, aproveitando-se que a maioria da população não tem muito conhecimento na identificação de plantas.
Estudos já comprovaram que a babosa fortalece o sistema imunológico e tem ação antiinflamatória e antiviral. Embora o uso da planta tenha sido aprovado nos Estados Unidos para testes em pacientes com AIDS e câncer, desde 1994, ainda não foi divulgado nenhum resultado. Algumas pesquisas isoladas mostraram que os oligossacarídeos presentes na babosa ajudam a combater as células malignas, no entanto, concluiu-se também que seu consumo não deve ser indiscriminado, pois pode provocar, diarreias (que os defensores do uso afirmam ser o “efeito limpeza”) e, em doses elevadas, pode causar problemas nos rins.
Conta-se que a procura pela babosa em viveiros de plantas aumentou subitamente. Interessado em saber mais a respeito dos poderes medicinais da babosa, o produtor resolveu estudar as referências existentes a respeito. Ele acredita que a planta realmente apresenta propriedades curativas impressionantes: Todas as referências bibliográficas que pesquisei indicam a espécie Aloe vera como possuidora de princípios ativos com potentes propriedades medicinais.
As pesquisas indicam que as substâncias contidas na Aloe vera fortalecem o sistema imunológico com uma atividade antiviral, antitumoral e inclusive inibindo a multiplicação do vírus da AIDS. Embora convencido dos poderes da babosa, o produtor lembra que o uso interno da planta deve ser feito com muita cautela, observando a reação individual de cada pessoa. Cautela com a ingestão da babosa também é a recomendação dos médicos e pesquisadores, os principais componentes da babosa (aloína, aloeferon, aloetina e barbalodina) são os responsáveis pelas propriedades medicinais da planta que, além de cicatrizante, é utilizada como tônico digestivo e laxante. Mas ele adverte: como os componentes da babosa têm propriedades emenagogas (aumentam o fluxo sangüíneo), ela é contraindicada na gravidez; além disso, em altas doses, a planta pode se transformar num purgativo, sendo totalmente desaconselhável seu uso em crianças. As mesmas advertências são enfatizadas nos Compêndios de Fitoterapia: além da gravidez, seu uso interno é contraindicado em casos de afecções renais, enterocolites, apendicites, prostatites e cistites. Em crianças os efeitos colaterais podem ser potencializados, tornando o uso interno extremamente restrito.
Enquanto cresce a discussão em torno da indicação da babosa para uso interno, por outro lado, é unânime o reconhecimento das propriedades da planta para uso externo. Sobre a pele, as substâncias contidas na babosa agem formando uma camada protetora e refrescante, com amplo uso medicinal.
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Dr.Edson Credidio - Médico Nutrólogo, Título de Especialista em “Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentos” pela Unicamp , Coordenador do Sistema Nutrosoft , Coordenador do Selo ABRAN , Diretor da ABRAN, Professor da Pós Graduação de Dietoterapia, Alimentos Funcionais e Doenças Transmitidas por Alimentos da ABRAN, Membro da International Colleges for the Advancemente of Nutrition-USA,Membro da American Colleges of Nutrition-ACN-USA, Membro do Comitê Cientifico da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais-SBAF e Membro Titular da Academia Latino –Americana de Nutrologia. CRM 42445/SP
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